Começa às 9h30 desta segunda-feira (21) o julgamento do Caso Rafael, que deve durar quatro dias. A juíza Marilene Parizotto Campagna presidirá o júri composto por sete jurados. As sessões serão realizadas no salão principal do Independente Futebol Clube, no centro de Planalto, no Noroeste do Estado, onde o crime aconteceu. O julgamento será transmitido ao vivo pelo canal do TJRS no YouTube.
Ela é acusada de cometer homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa), ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
Como será o júri
Neste primeiro dia de julgamento, após a formação do Conselho de Sentença do Tribunal do Júri, as 11 testemunhas começarão a depôr, sendo primeiro ouvidas as arroladas pelo Ministério Público. Dois depoimentos serão feitos por videochamada - o de uma perita e o de uma policial civil. Os jurados poderão questionar as testemunhas, mas apenas por intermédio da magistrada.
Conforme denúncia do Ministério Público, autor da acusação, Alexandra matou o filho Rafael por se sentir incomodada com as negativas dele em acatar suas ordens e diminuir o uso do celular e os jogos on-line. Ela acreditava que tal comportamento colocaria à prova o domínio que precisava ter sobre os filhos, bem como que poderia refletir na subserviência apresentada pelo filho mais velho, de cuja pensão advinha o seu sustento, motivo pelo qual planejou uma forma de eliminar Rafael.
Assim, na madrugada em que o crime aconteceu, Alexandra teria feito com que Rafael tomasse dois comprimidos de Diazepam, sob o falso pretexto de que o auxiliaria a dormir melhor, aguardando em seu quarto até que o medicamento fizesse efeito. Por volta das 2h, a ré, munida de uma corda, estrangulou o filho até que sufocasse por completo.
Alexandra vestiu o corpo do menino, pegou seus chinelos e os óculos e decidiu levá-lo até a casa vizinha onde sabia que os moradores estavam viajando e que no local havia um tapume que encobriria a visualização. Após esvaziar uma caixa de papelão cheia de sacolas com roupas usadas e retalhos de tecido que havia atrás do tapume, ela depositou o corpo da vítima no seu fundo, juntamente com um par de chinelos e os óculos que sempre usava, recolocando, por cima, o material antes retirado, posicionando o tapume em frente.
Atualmente, a mãe de Rafael está presa na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.