Para o economista e professor da Universidade Feevale José Antônio Ribeiro de Moura, a situação atual apresenta o binômio crise econômica e sanitária, ocasionando um dilema.
“Os sanitaristas nos alertam da gravidade e reforçam a necessidade do lockdown extremo, para que tenhamos dias melhores logo ali na frente. Em contrapartida, a economia precisa girar e os gestores públicos estão pressionados pelos dois lados”, descreve.
Porém, conforme Moura, a questão já é humanitária, de sobrevivência. “A economia se recupera. Os dados do PIB de 2020, não são animadores, mas positivamente além do que esperávamos. Mostra-nos um claro sinal que a retomada pode vir com mais força”, diz.
Como alternativa, entidades setoriais, poder público e comunidade devem trabalhar em conjunto. “Com a volta do auxílio emergencial e ações que os governos possam contribuir, postergando pagamentos de impostos, olhando para seu orçamento e realizando o possível”, pontua.
Sob o ponto de vista econômico, o vice-presidente de Economia da Associação, Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI NH-CB-EV), André Momberger, afirma que a avaliação é "terrível".
“Estabelecimentos fechados, que continuam custando, mas sem gerar receitas. Alguns até conseguem encontrar subterfúgios, mas se a medida se estender, começa a criar sérios problemas”, diz, chamando a atenção sobretudo para os negócios menores, “que dependem do curto prazo para fazer a roda girar”, resume.
Apesar de afirmar que a medida é necessária, Momberger questiona se não há outras alternativas. “O estopim veio com as aglomerações, festas clandestinas. Será que parando tudo agora vai adiantar? O horário de atendimento deveria se estendido, para dispersar o público nos horários. E os protocolos de limite de clientes, por exemplo, seriam menos nocivos”, avalia.