O secretário Jackson Müller está preso na Penitenciária Estadual de Canela. O advogado que está representando sua defesa é Ricardo Cantergi, também responsável pelas defesas dos ex-secretários municipais Ângelo Sanches e Luiz Claudio da Silva, suspeitos investigados pela Cáritas em fase deflagrado no final do ano passado.
Na oitava fase da Operação Cáritas, nesta quinta-feira (19), foram cumpridos 180 medidas judiciais, envolvendo um efetivo de 130 policiais, em 15 cidades no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás. No Estado, o único mandado de prisão preventiva expedido era para o secretário de Meio Ambiente.
Outro homem foi preso em São Leopoldo, porém, solto após pagar fiança. Conforme a PC, havia mandado de busca e apreensão de documentos na residência do investigado, porém, uma arma de fogo restrita foi encontrada no local. O suspeito não tinha porte.
Em Novo Hamburgo, a operação ocorreu em dois locais: na casa de Jackson Muller, onde o responsável pela pasta ambiental foi preso; e na residência de outro investigado, onde também houve busca por documentos.
Ainda, três medidas cautelares diversas foram realizadas, seis afastamentos de servidores comissionados da secretaria, os quais trabalham em diferentes setores como ambiental, licitatória, administrativa e jurídica.
Ao todo, 40 mandados de busca e apreensão, com 24 alvos, foram realizados, além de 111 quebras de sigilo, dez bloqueios de valores em conta corrente - de empresas, representantes de empresas e servidores - assim como sete apreensões de veículos, que somam R$ 1 milhão. Um imóvel foi colocado como indisponível, para que não possa ocorrer a venda do mesmo durante as investigações.
"Podemos estar próximo do final"
O delegado regional da Polícia, Heliomar Franco, reiterou que os trabalhos da Cáritas podem estar chegando ao fim. "Podemos estar próximo do final, mas não estão descartadas novas operações, novas fases", comenta.
Franco, ao relembra outras fases da operação policial, disse que a operação não tem como alvo pessoas em cargos públicos, mas que os envolvidos nos esquemas investigados serão responsabilizados independente do posto profissional que possuam. "Não estamos procurando secretários municipais para prender. Estamos fazendo um trabalho de polícia judiciária e aqueles que estiverem no caminho - envolvidos, como está demonstrado no inquérito policial, com situações de lavagem de dinheiro, corrupção, peculato, de fraude em licitação -, esses, independentemente da posição que ocupam, vão ser indiciados e presos."