Com a confirmação da quinta morte por dengue em Igrejinha, chegou a 13 o número de óbitos na região. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (16) à tarde pelo secretário de Saúde, Vinicio Wallauer. A vítima é uma mulher de 60 anos. O caso foi incluído no painel da Secretaria Estadual da Saúde (SES) no fim da tarde.
Das 29 mortes registradas no Estado até esse fim de semana, 13 são de moradores dos vales do Sinos e Paranhana. São sete homens e seis mulheres.
Em relação ao perfil das vítimas da região, o dado mais recorrente é a idade, que é considerado fator de risco para casos graves da doença. Dos doze óbitos, nove foram de pessoas com mais de 70 anos.
O secretário de Saúde do município, Vinicio Wallauer atribui a alta de registros de óbito ao trabalho de investigação dos casos e aos fatores de risco dos pacientes que vieram a óbito.
“O Município foi um dos primeiros a iniciar a notificação de casos, inclusive com a testagem em massa das pessoas que apresentaram sintomas. Talvez por isso, o número de casos seja o maior da região”, afirma. O secretário aponta ainda que, das cinco mortes, quatro pacientes tinham comorbidades e idades acima dos 70 anos.
Entre as medidas de combate ao mosquito, o secretário destaca a ampliação das visitas a residências, em busca de focos do Aedes Aegypti. As visitas são diárias e, a cada dois finais de semana, é realizado mutirão, com participação de servidores de todas as secretarias e voluntários.
Outra medida adotada foi o Desapega. “As pessoas são convidadas a retirar tudo que tiverem nos seus pátios e que possa estar acumulando água e a Secretaria de Obras recolhe.”
O município de São Leopoldo contesta a confirmação do único caso de morte atribuído pelo Estado. De acordo com a prefeitura de São Leopoldo, o homem de 43 anos, morador do bairro Arroio da Manteiga, era paciente terminal de câncer
Em 27 de abril, ele teve uma crise convulsiva decorrente de um tumor no cérebro, e foi atendido pelo Samu. Três dias antes do óbito, o homem foi submetido a uma cirurgia craniana, por conta de hidrocefalia.
Ainda de acordo com o município, o atestado de óbito apontou o tumor como causa.
A idade e a existência de comorbidades são os principais fatores de risco para casos graves de dengue. Crianças com até dois anos de idade e idosos com 65 ou mais são considerados mais vulneráveis em relação à doença. Também têm maior risco de piora pacientes com problemas de saúde como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, bronquite, asma, doenças renais e reumatológicas.
A médica infectologista e professora da Feevale Fábia Corteletti destaca que é preciso um olhar mais cuidadoso sobre estas populações.
“A grande maioria vai ter apenas um quadro leve, mas às vezes é difícil perceber em um paciente mais idoso se está ficando debilitado. Às vezes a pressão começa a cair, tem confusão mental, o paciente fica mais quietinho, isso pode mostrar que está desidratando”, afirma.
Hidratação
Em relação a como tratar a doença, Fábia é taxativa: “o tratamento contra a dengue é hidratação. Esse é o grande ponto.”
“O período crítico da dengue dura pouco tempo, entre 24 e 48 horas. Se nesse período, o paciente for manejado com hidratação rigorosa, aumenta a chance de sair de um quadro grave”.
Não há medicamentos específicos para a doença. O que se trata são os sintomas. E é importante observar que medicações tomar. A médica explica que antinflamatórios e ácido acetilsalicílico (AAS) não são recomendados, pois têm risco de aumentar os sangramentos. “O ideal é paracetamol e remédios que não causem sangramentos”, orienta.
Os sintomas mais comuns da dengue são semelhantes a outras viroses, como febre, dor de cabeça e no corpo, prostração e perda de apetite. Outros sintomas como vermelhidão na pele e dor atrás dos olhos indicam maior risco de evoluir para caso grave da doença.
Além disso, há o que os médicos chamam de sinais de alarme, que indicam ocorrências mais graves da doença. São eles: dor abdominal, vômito, queda na pressão, sonolência, irritabilidade e sangramentos nas mucosas.
Geralmente, os casos que evoluem para quadros graves, apresentam piora a partir do quarto ou quinta dia de sintomas, quando a febre baixa. Nestes casos, e principalmente se o paciente tiver algum fator de risco, é importante buscar avaliação médica para que os exames determinem se o paciente deve se recuperar em casa ou permanecer em observação.