O prazo de afastamento dos agentes públicos investigados na Operação Cáritas, de 60 dias, se encerra neste sábado (8). Contudo, a Polícia Civil afirma que não deve solicitar um novo período porque todos os afastados em novembro foram exonerados dos seus cargos.
Segundo o delegado Vladimir Medeiros, titular da Delegacia de Polícia de Canela, no momento, a Civil está dedicada à análise do vasto volume de documentos, materiais e aparelhos apreendidos no dia 8 de novembro de 2021, terceira fase da
Operação.
investigados, com o conhecimento de novos episódios e também investigados. Medeiros confirma que o número de suspeitos - inicialmente 40 - envolvidos com os esquemas de corrupção cresceu, porém não revela quantos são investigados atualmente.
A Polícia também tem recebido denúncias anônimas feitas pela própria comunidade. Atualmente, dois investigados estão presos no Presídio Estadual de Canela: um detido na sexta fase da Operação, no último dia 24 de dezembro, acusado de ameaçar testemunhas; e o vereador afastado da Câmara, Alberi Dias (MDB), preso pela segunda vez no dia 28 de dezembro de 2021.
Renúncia
No último dia do ano, a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Canela comunicou a renúncia do vereador Alberi Dias (MDB) ao cargo de presidente do Legislativo, o que permite que a Casa realize a eleição de um novo líder. No entanto, ainda não há data definida para a nova eleição e até lá, Emilia Fulcher (Republicanos) segue como presidente. O retorno do recesso acontece no dia 7 de fevereiro.
Na terça-feira (4), a Mesa Diretora ainda protocolou denúncia em relação aos fatos que envolvem Dias. De acordo com nota oficial da Câmara, esse é o meio pelo qual os vereadores deverão instalar uma Comissão
de Ética para avaliar os fatos relacionados ao político.
aponta que o ex-presidente do Legislativo utilizava-se de seu cargo público, assim como seus conhecimentos como contador, para diversos crimes, utilizando familiares como laranjas e fraudando orçamentos para vencer licitações por meio de empresas também investigadas.
A defesa do emedebista preso desde o último dia 28 pediu à Justiça a soltura do investigado, contudo, o pedido de habeas corpus foi negado. Ele está no Presídio Estadual de Canela. Segundo a investigação da Polícia Civil de Canela, Alberi “participa de praticamente tudo que há em termos de construções, reformas e ampliações de engenharia civil junto à Prefeitura Municipal de Canela, sempre sendo o elo entre o Executivo Municipal e as ‘empresas’ vencedoras nos certames”.
O escritório de contabilidade Thomazi, onde Dias era contratado, também é citado nas investigações. Em nota oficial divulgada pelo escritório Thomazi, a empresa nega ser investigada ou que presta serviço a envolvidos. Também anuncia o desligamento definitivo de Alberi
como colaborador.