Apesar de ter sido feriado na última segunda-feira, dia 15, a Câmara de Vereadores de Canela realizou na terça-feira, 16, a sessão ordinária desta semana. E na fala de grande parte dos vereadores, o assunto novamente foi sobre a Operação Cáritas da Polícia Civil, que investiga casos de desvios de dinheiro público, "rachadinha" e demais esquemas de corrupção envolvendo políticos do município.
Nesta semana, vereadores da oposição declararam ser favoráveis à abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para averiguar e solicitar esclarecimentos das autoridades afastadas. Entretanto, não houve assinaturas o suficientes: apenas três, de quatro que seriam necessárias.
Para Jerônimo Rolim (PDT), é preciso aguardar esta semana para ver se conseguem o apoio necessário. "Houve um crime no hospital, houve um crime dentro da Prefeitura. Eu quero saber quem são os 40, quero achar mais indícios, para indiciar mais gente", afirmou na tribuna.
Outra polêmica citada pelo edil é referente ao salário, que os servidores afastados permanecem recebendo. "Como se fosse 60 dias de férias remuneradas, e que a Câmara e a Prefeitura estão pagando em dobro. É um direito ou uma cara de pau? Querendo ou não, tem direito, se é cara de pau ou não, é de discutir", disse.
Já o vereador da situação, Leandro Gralha (MDB) pediu que o momento fosse pensado com calma. "Não é hora de fazer politicagem. Eles estão em investigação, não vão passar as informações para nós, é tudo em sigilo. Os documentos estão sob posse da polícia", comenta.
"Não somos contrários"
Emília Fulcher, que está substituindo a presidência do Legislativo canelense no lugar de Alberi Dias, investigado na Operação, ressaltou que os vereadores não são contrários à instauração de CPI. "Não sou contra, e acredito que nenhum dos colegas seja. O que queremos é clareza dos fatos e nesse momento uma CPI no nosso entendimento podem atrapalhar as investigações que estão sendo muito bem feitas pelo nosso delegado Vladimir Medeiros", ponderou.
"Se for necessário mais tarde, que teremos que fazer algum esclarecimento, podem ter certeza que eu e meus colegas não iremos nos opor, mas nesse momento não se faz necessário e a Justiça está sob posse de documentos e computadores, o que nos dificultaria o acesso", complementa Fulcher.
Exoneração
O presidente emedebista, ex-interventor do Hospital de Caridade de Canela e assessor jurídico da Prefeitura, Vilmar da Silva Santos, foi o único investigado da administração que solicitou exoneração do cargo, após o afastamento devido às investigações.
Novo representante
A sessão ordinária desta semana também contou com o suplente Carlos Artur Pacheco (Pachequinho) assumindo uma vaga pelo MDB na Câmara. Na eleição passada, o edil fez 557 votos. Durante sua fala, agradeceu pela oportunidade.
A vereadora canelense Carla Reis (MDB) foi anunciada na terça-feira, dia 16, para ser a responsável pela Secretaria de Turismo e Cultura, após o afastamento de Ângelo Sanches. "A missão da Carla é dar continuidade ao Sonho de Natal, que está em pleno andamento. Ela tem a veia artística e vem para somar e dar continuidade ao trabalho", aponta o prefeito de Canela, Constantino Orsolin. Carol Pinto segue como adjunta da pasta.
Na sessão ordinária na Casa Legislativa, reiterou que ficou muito feliz com o convite. "Canela não pode parar e principalmente a economia do nosso município. Aceitei a oportunidade de assumir a Secretaria e quero ter um olhar especial para fortalecer o departamento. Muitos sabem que a cultura é uma das minhas bandeiras, de querer resgatar isso no município", afirmou.
Na última sexta-feira, dia 12, o prefeito Constantino nomeou Álvaro Ricardo Grulke (MDB) como novo secretário de Governança, Planejamento e Gestão. A pasta estava sendo conduzida interinamente pelo secretário Marcelo Savi, que agora é titular da Secretaria de Obras.