O documento ressalta que as substâncias MEG e DEG não são produzidas pela levedura cervejeira em condições normais de produção da bebida. Também não foram identificadas contaminações dessa natureza em análises realizadas em cervejas nacionais e importadas. A contaminação desse tipo é inédita em alimentos no Brasil, segundo o Mapa.
"As apurações fiscais indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento, utilizando-os em detrimento de alternativas atóxicas, como propilenoglicol e álcool etílico potável. As contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10, ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria", diz o documento.
Segundo o Mapa, a Cervejaria Backer segue interditada até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção de cervejas no local.
Em janeiro, além de fechar a Cervejaria Backer, o Mapa adotou, junto aos demais órgãos, medidas imediatas para interromper a produção e a comercialização dos produtos contaminados por mono e dietilenoglicol.
Nas dependências da empresa e no comércio de Minas Gerais, mais de 79 mil litros de cerveja, de várias marcas e diversos lotes, com presença dos contaminantes, foram apreendidos.
No Espírito Santo, os resultados das análises indicaram 9.047 garrafas de cerveja contaminada retiradas dos mercados, totalizando 5.428,2 litros.
Na esfera administrativa, os procedimentos para apuração de responsabilidades já foram iniciados e, segundo o Ministério da Agricultura, seguem os ritos processuais legalmente previstos.
Análises
Foram analisadas cerca de 600 amostras de cervejas da Backer. A presença de glicóis fois constatada em 36 lotes produzidos ao longo de 2019 e 2020, em concentrações variadas.