O réu Maicon de Mello Rosa, 30 anos, foi condenado a 80 anos e cinco meses de prisão por homicídio duplamente qualificado, homicídio qualificado tentado, tráfico de drogas, posse e porte ilegal de armas, receptação e organização criminosa. Maicon foi o autor dos disparos que mataram o policial civil Rodrigo Wilsen da Silveira, 38, durante uma operação policial no bairro Passo das Pedras, em Gravataí, no dia 23 de junho de 2017.
O júri durou dois dias e se encerrou na madrugada desta quinta-feira (19). À reportagem, a defesa disse que considera a condenação excessiva e que irá recorrer. (Leia a nota na íntegra abaixo).
Todos os réus, incluindo Maicon, já estavam no sistema prisional e seguem presos, cumprindo pena definitiva em regime fechado.
O crime
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP) protocolada em 2017, a vítima e outros policiais civis cumpriam mandados de busca em um condomínio, no bairro Passos das Pedras, em Gravataí, quando foram surpreendidos pelos criminosos.
Conforme a investigação, Maicon disparou contra os agentes de dentro do quarto de um apartamento, e um dos tiros acertou a cabeça de Rodrigo. A esposa da vítima, também policial, participava da operação e retirou o marido do local já sem vida. Ela não sabia que estava grávida e acabou perdendo o bebê semanas depois.
O tiroteio seguiu até que a mulher alvo da operação, agora condenada pelo Tribunal do Júri, saiu de seu quarto com o filho de três anos e se entregou à Polícia Civil. Foram apreendidos no condomínio armas, drogas e veículos, entre eles um roubado.
Nota da defesa
"A defesa de Maicon de Mello Rosa, representada pela criminalista Emiliane Gauer, respeita o veredicto, mas considera que a condenação foi excessiva. Infelizmente, o clamor social decidiu mais uma sentença. É um dia triste para a justiça e para a correta aplicação da lei. A defesa vai recorrer em relação a aplicação da pena e a falta de provas para os crimes conexos."