A Polícia Civil deflagrou uma operação nesta segunda-feira (8) para cumprir 176 medidas judiciais. Ao todo, 175 policiais civis participam da ação policial, que tem por objetivo combater organização criminosa estabelecida em parte do poder público de Canela para o desvio de verbas públicas, fraudes em contratos e enriquecimento ilícito de agentes políticos e servidores da Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores.
O delegado responsável, Vladimir Medeiros, não revelou nomes dos investigados, no entanto, a reportagem apurou que foram presos por suspeita de corrupção em Canela o presidente da Câmara de Vereadores, Alberi Dias (MDB), o secretário de Obras Luís Claudio da Silva (conhecido como Ratinho) e o interventor do Hospital de Caridade (HCC), Vilmar Santos, que também é presidente da sigla emedebista e assessor jurídico da prefeitura.
Além da prisão preventiva dos três agentes públicos, foram afastados do cargo o secretário de Turismo de Canela, Ângelo Sanches, o subsecretário de Obras e vice-presidente do MDB, Osmar Bonetto, e Denis de Souza, Cargo de Confiança (CC) da Secretaria de Obras.
O delegado Vladimir Medeiros, revela que "a investigação ocorre há cerca de 9 meses e iniciou em um caso aparentemente de desvios de materiais de construção dentro do Hospital de Canela, mas depois que a investigação se iniciou nós conseguimos apurar um complexo esquema de corrupção."
OPERAÇÃO POLICIAL
— Jornal NH (@jornalnh) November 8, 2021
Três são presos e três são afastados por corrupção em Canela.
Busca de documentos na Câmara de Vereadores da cidade da Serra pic.twitter.com/5USESEArJV
A Polícia Civil, com 175 policiais, cumpre 176 medidas judiciais neste momento.
São 44 mandados de busca e apreensão ao todo. A investigação conta com 40 investigados. "Nenhum deles é servidor público concursado", adianta o delegado.
Nesta manhã, ao chegar à Câmara de Vereadores, o prefeito de Canela, Constantino Orsolin, afirmou que não sabia do esquema. "Fui pego de surpresa, não sabia de nada", declarou à reportagem.
? INVESTIGAÇÃO CONTRA CORRUPÇÃO
— Jornal NH (@jornalnh) November 8, 2021
Ao chegar à Câmara de Vereadores nesta manhã, o prefeito de Canela, Constantino Orsolin, afirmou que foi "pego de surpresa, não sabia de nada."
Na foto, Orsolin e o delegado regional de Gramado, Heliomar Franco.
Letícia de Lima/GES-Especial pic.twitter.com/KfWF9GO7f2
Constantino Orsolin não é investigado. "Não há nenhum elemento indicando que o prefeito tenha alguma responsabilidade em alguns dos crimes investigados", atesta o delegado Medeiros.
A Operação Caritas combate corrupção, fraudes em licitações, peculato, concussões, falsidade ideológica e documental, além de organização criminosa constituída por servidores do Executivo e Legislativo do município de Canela.
Além das prisões e buscas, a ação cumpre afastamento de sigilos bancário e fiscal, bloqueio de valores e sequestros de imóveis e veículos dos envolvidos.
A operação é coordenada pela Regional da Polícia Civil de Gramado e conta com apoio das Regionais de Caxias do Sul e de Montenegro, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e do Laboratório de Lavagem de Dinheiro do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE).