Num verão que atingiu temperaturas históricas, de mais de 40ºC, os cuidados com a saúde são exigidos em dobro. Quando se trata dos olhos, não é diferente.
"Comprei o meu faz um ano e tenho outros em casa, mesmo não sendo original, garanti que esse fosse de primeira linha", explica. "Ele está um pouco arranhado, mas o que eu gostei dele foi a qualidade, as hastes firmes e uma lente que garante durabilidade."
Com maior exposição à luz solar, águas de piscina ou mar, a propensão a problemas oculares aumenta, de acordo com a médica oftalmologista da São Pietro Saúde de Canoas, Tauana Castelani.
"O excesso do contato com o sol, cloro e sal marítimo favorece a ceratite ocular, uma inflamação conhecida pela irritação, fotofobia, sensação de areia nos olhos e ressecamento", explica ela.
Para evitar a doença, Tauana indica hábitos simples, mas eficazes: não abrir os olhos na água sem óculos de natação, usar lágrimas artificiais para limpeza e óculos solar para sair no sol.
Queimadura
Assim como a pele, que demanda o uso contínuo de protetor solar, a superfície ocular também pode sofrer queimaduras durante os dias mais quentes.
Por isso, a oftalmologista reforça a orientação de que as pessoas não comprem óculos sem certificação de qualidade.
"Infelizmente, a maioria destes vendidos na beira da praia não oferecem a proteção necessária. O acessório quando usado dilata a pupila, o que facilita e aumenta a quantidade de raios solares que alcançam a retina", destaca, prosseguindo: "Sem filtro adequado contra os raios ultravioletas UVA e UVB, aumentam as chances de desenvolvimento de pterígio e catarata".
Barato sai caro
Se o argumento da saúde ainda não convenceu, basta lembrar que o barato sai caro. Apesar de os modelos de primeira linha não serem tão em conta, apresentam tempo de vida útil muito maior.
Para garantir a saúde ocular também recomenda-se a não exposição ao sol entre 10 e 16 horas, período com maior intensidade dos raios nocivos.
No caso de quem usa lentes de contato, o ideal é retirar para entrar na água ou utilizar lentes de descarte diário, evitando assim o acúmulo de bactérias que causam infecções na superfície da córnea.
"Consulte sempre o médico oftalmologista, ele é o único profissional capaz de fazer diagnósticos oculares", reforça Tauana.
(Colaborou Jeison Silva)
Entre os assuntos mais comentados nos últimos dias nas redes sociais está o diagnóstico da filha dos jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin, Lua, de apenas 1 ano, que está com retinoblastoma, um câncer nos olhos.
Por isso, a doutora Tauana salienta a importância de cuidar da saúde ocular desde os primeiros meses vida. "É essencial que os pais façam o teste do olhinho do bebê. Onde dilatamos as pupilas e, se ao invés de o reflexo ser vermelho, considerado normal, ficar branco, podemos diagnosticar a catarata congênita ou retinoblastoma ainda no início e encaminhar o tratamento", diz ela.
O tumor ocorre principalmente em menores de três anos de idade e pode apresentar, ainda, sintomas como sensibilidade à luz ou estrabismo e olhar vesgo.
Conforme a Associação para Adolescentes e Crianças com Câncer (TUCCA), o principal sintoma, presente em 90% dos casos, é a leucocoria, um reflexo branco na pupila, conhecido como 'sinal do olho de gato'. Sem a passagem de luz, as vias óticas para o centro da visão, no cérebro, atrofiam.