Ao contrário do que muitos pensam, a toxina botulínica não está relacionada apenas com a aplicação estética. Os seus benefícios terapêuticos estão sendo utilizados, com sucesso, em áreas da Neurologia, como no tratamento da espasticidade.
Podendo atingir qualquer músculo, a espasticidade acontece quando a parte do cérebro ou a medula espinhal, que controla os movimentos voluntários dos músculos, sofre algum dano, como o acidente vascular cerebral (AVC) ou ser consequência de paralisia cerebral.
"A espasticidade é comum em pacientes com esclerose múltipla, pois esta doença atinge o sistema nervoso afetando os movimentos musculares. Também pode atingir pessoas com paralisia cerebral, traumatismo craniano e acidente vascular cerebral", explicou a médica neurologista e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, Inara Taís de Almeida.
Tratamento
A gravidade da espasticidade depende das lesões que cada paciente teve no cérebro ou medula espinhal, podendo surgir contração involuntária dos músculos, dificuldade para dobrar as pernas ou braços, espasmos musculares e deformidades nas articulações. Por meio dos sintomas, o neurologista consegue identificar o grau da lesão e qual será o tratamento indicado.
O objetivo deste tratamento é reduzir o impacto da espasticidade e prevenir complicações secundárias.
"A espasticidade não tem cura, mas a toxina botulínica tem ajudado muitos pacientes a recuperar parte dos movimentos. As injeções podem ajudar a tratar essas contrações musculares, pois aplicadas nos músculos, diminui o sinal entre os nervos e os músculos, evitando os espasmos ou enrijecimento." O histórico do paciente é que vai determinar de quanto em quanto tempo ele precisará receber a toxina, mas, em média, as aplicações são a cada 6 meses.